Em parceria com a 20th Century Fox Film, o Planeta Disney apresenta a segunda entrevista exclusiva do especial “As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada” (The Chronicles of Narnia: The Voyage of the Dawn Treader), que chegou as lojas de todo o Brasil na última quarta-feira, dia 30 de março, em DVD e Blu-ray.

Desta vez, o galã Ben Barnes, que interpreta mais uma vez o Príncipe Caspian, respondeu algumas perguntas para os fãs sobre como foi trabalhar novamente na franquia, sobre a mudança de estúdio e diretor, o clima das filmagens, além de contar muitas curiosidades sobre a produção e sobre a importância da franquia em sua vida.

Boa leitura e divirtam-se!

O que o público vai encontrar ao ver “As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada”?
Ben Barnes: Três anos se passaram no tempo de Nárnia desde o último filme. Os Pevensies envelheceram um ano, mas são três anos depois para o Caspian. Ele esteve comandando o país nesse tempo, e ele diz no começo que derrotou os Giagantes do Norte e os outros exércitos no deserto, então ele está reinando em Nárnia com algum sucesso – apesar de sua hesitação no filme anterior. Ele está ficando mais confortável com a sua própria autoridade, mas ele ainda tem um pouco daquele rancor por ter crescido sem seus pais. Ele nunca sentiu que estar no poder era mesmo seu lugar, então esse é um tema que é recorrente no filme. Quando eu interpretei o Caspian como um príncipe jovem que era definido por sua vulnerabilidade. Tinha um senso de que ele não estava pronto para ser um líder. Agora ele é um homem e é rei, mas o Caspian ainda sente falta da honra que ele deve à sua linhagem, e é por isso que ele sair nessa viagem de auto-conhecimento.

Caspian está no comando dessa viagem ou missão?
Ben Barnes: Ele está no comando dessa missão de encontrar os sete lordes, que eram os melhores amigos e maiores aliados de seu pai. Ele fez uma promessa em memória de seu pai, que se um dia Nárnia tivesse paz – o que ele conseguiu estabelecer – ele iria encontrar esses lordes e os salvaria de qualquer problema no qual eles poderiam se meter. No final ele percebe que eles realmente se meteram em muitos problemas.

O que você destaca como especial e interessante neste filme (e no livro) na sua opinião?
Ben Barnes: A Viagem do Peregrino da Alvorada‘ é muito satisfatório de se ler. Sempre foi o meu favorito, dentre todos os sete livros de ‘Nárnia’ porque é episódico; você pode ler um capítulo – ou seus pais podem ler um capítulo – cada noite. Você pode ler um pouco sobre a viagem e eles aterrissam em uma ilha em particular e passam por uma aventura ou aprendem uma lição em particular. Acho que é uma das melhores histórias e tem alguns personagens humanos muito bons também. Eu acho que Eustace Scrubb, que foi vivido brilhantemente por Will Poulter, é um personagem muito engraçado. Tem muito da diversão e magia dos primeiros filmes e eu tenho algumas cenas de ação, o que é bem legal. É muito recompensador porque você tira pequenas conclusões. Mas em termos de fazer um filme do livro os escritores tiveram que trabalhar duro para ver uma continuidade juntos. Eles tiveram que fazer isso não só para os Pevensies mas para o Caspian também. O propósito da viagem não pode ser apenas uma série de descobertas; você precisa de uma razão por trás de tudo. Então nós descobrimos que tem uma ameaça real às pessoas de Nárnia que eles tem que resolver por uma série de combinações de desafios físicos e mentais.

Como foi o clima entre vocês  no set, nesse filme onde Pedro e Susana, os irmãos Pevensie mais velhos, não estão envolvidos?
Ben Barnes: Edmundo e Lucia estão no coração da história, e a escalção de Will Poulter como Estauce foi genial – ele é tão engraçado. Eu já era fã dele. Ele é brilhante, o personagem dele, Eustace Scrubb, é para ser irritante mas eu não conseguia parar de rir. Eu decidi que o Caspian ia achar o Eustace engraçado, só para acobertar o fato de que o Will me fazia rir demais.

Você deve conhecer esse personagem tão bem, como você interpreta o Caspian?
Ben Barnes: A bom, tudo mudou muito. Nós mudamos de diretor e de estúdio então tem muita criatividade nova colocada, o que é ótimo. Andrew Adamson, que dirigiu os dois primeiros filmes, sempre disse que ele queria criar a Nárnia que ele se lembrava de quando tinha oito anos de idade, não a Nárnia que ele decidiu que era a certa quando ele era um adulto. Então eu acho que tem uma licença criativa envolvida em termos de qualquer diretor ou estúdio ter uma nova perspectiva em Nárnia ou em como eles imaginam o mundo e os personagens. Michael Apted sente que os personagens são muito ingleses, e nós queríamos diminuir o elemento de espanhol / italiano que os Telmarines tiveram no últimos filme. Então nesse eles são muito ingleses e podem se relacionar mais de perto com os Pevensies. Nenhum dos Telmarines tem sotaque mais.

O que exatamente o diretor Michael Apted fez para mudar o clima desse filme?
Ben Barnes: Ele queria trazer de volta o sentimento de mágica e descobrimento que o primeiro filme tinha, o segundo livro não tem esse elemento. Os gêneros dos livros mudam. O primeiro é como se fosse um conto de fadas, um conto de descobrimento e você vê tudo com esse olhar de novidade. Tem tanto imaginário. O segundo livro é mais um drama, parece com um filme antigo de guerra com muitos conflitos – é muito sobre o bem contra o mal – quase uma história de Hamlet. Meu tio matou meu pai e agora meu próprio povo está se voltando contra mim. É a wronged orphan story. Esse se parece mais com os filmes que eu assisti quando estava crescendo como Jason and the Argonauts, ou qualquer outra dessas histórias incríveis. Ainda tem ação, mas que ele estão nessa busca eles estão viajando e descobrindo novas terras a cada vinte minutos. Tem novas ilhas e novos personagens; nós continuamos encontrando novas coisas. Esses tipos de elementos contribuíram para o grande sucesso do primeiro filme, “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa“, e porque os livros fazer tanto sucesso. C.S. Leris tem uma imaginação tão vívida.

Você era um grande fã das “Crônicas de Nárnia” antes de conseguir o papel de Caspian?
Ben Barnes: Sim, eu ainda tenho a minha cópia dos livros e tem a minha caligrafia de quando tinha oito anos na capa, então para mim, estar envolvido nesse filme é incrível. Teve uma série na TV, em 1989, quando eu tinha oito anos. O Caspian era mais novo, eles tinham um garotinho interpretando ele. Então o Sam West assumiu para “A Viagem do Peregrino da Alvorada” então isso deve mostrar para você como eles poderiam ter escolhido um ator mais velho. Ele deveria ter crescido e passado por uma transação entre os dois filmes.

Como é o Caspian nesse filme?
Ben Barnes: O traço mais óbvio para ele é que ele é um idealista. No primeiro filme ele tenta aceitar o fato de que a pressão e responsabilidade vão estar com ele por ser um governante. Agora ele já é um governante há muitos anos e quer ser o melhor líder que puder ser. Ele tem alguns conflitos com outros personagens sobre estilos de liderança, ao invés de certo e errado.

Como foi para você trabalhar com o diretor Michael Apted?
Ben Barnes: Quando ele começou ele foi muito honesto comigo, me dizendo que ele tinha algumas trepidações wobre entrar em um projeto desta proporção e desse gênero, que ele nunca tinha feito antes. Ele fez um filme do James Bond, com muita ação, mas ele admite logo que cara que a ação não é a sua parte favorita do filme. Mas eu acho que é por isso que ele era perfeito para esse filme. Príncipe Caspian tem muita ação pesada, mas dessa vez eles queriam alguém que fosse se focar mais na história e nos personagens. Ele tem sido ótimo, ele é muito atencioso e ele certamente tem um talento para ver a figura maior no que tem sido um enorme projeto.

Como foi a convivência com elenco durante as gravações, nesse terceiro filme?
Ben Barnes: Acho que para mim tinha uma atmosfera familiar ainda maior dessa vez do que da última, na verdade. Os quatro Pevensies eram muito unidos no primeiro filme e isso teve uma continuidade. E agora eu roubei esse papel de irmão/primo mais velho. As mães de Georgie, Skandar e Will me chamam de tio Ben. Se alguém precisasse ser levado para um parque aquático era o Muggins aqui (eu) que tinha que levá-los no passeio do dia. Mas tinha uma atmosfera adorável e o suficiente do elenco antigo para fazer ela se sentir familiar. E tinham muitos membros australianos no elenco para manter tudo fresco e diferente, porque esse é basicamente um gênero diferente e era importante que não ficasse obsoleto.

Você tem alguma cena ou momento favorito no filme?
Ben Barnes: Eu amo as lutas de espada, elas foram muito legais. Ver pos-sets foi incrível, como o gold water island onde a água transforma as coisas em ouro, e Duffepud island. Andar nos sets e ver cenas dos livros que eu amava tomando vida era simplesmente mágico.

Teve algum desafio em particular para você dessa vez?
Ben Barnes: Eu não tive que lutar aprendendo a andar a cavalo, o que tomou quase todo meu tempo acordado e dormindo no começo do último filme. Claro que não existem cavalos porque estamos em um barco, então pude passar muito tempo com a luta de espadas. Mas a questão interessante é: Você luta com espadas se a sua espada foi tomada de você? Então isso força a equipe de acrobacias, coreografias e coordenador de lutas a serem bem criativos e eu amei a solução com a qual eles surgiram com um novo movimento. Nós estávamos algemados e tinha muito movimento com os pés. É o tipo de coisa com a qual você fantasia quando é criança.

Quanto Nárnia mudou a sua vida?
Ben Barnes: É só o que eu sei, mas eu acho que obviamente me ajudou a criar confiança. Eu fiz três filmes diferentes entre o último e este, tipos muito diferentes de filme. Eu fiz um filme em Boston chamado Locked In interpretando um jovem pai que tinha uma garotinha em coma. Esse foi um tipo muito diferente de história. Acho que sua confiança cresce com a variedade e de trabalhar com diferentes diretores e elencos. Então eu voltei para o Caspian com um novo senso de confiança. Acho que o último filme o que ajudou foi que eu estava ansioso, porque meu personagem estava assustado a maior parte do tempo e muito inseguro consigo mesmo. Dessa vez eu tive que ter mais autoridade e isso foi o que eu ganhei. Mas eu acho que as pessoas mudam de qualquer jeito entre os 24 anos e os 28, 29. Você cresce e se afirma para o mundo um pouco mais. Eu era um artista muito ansioso quando tinha 15 anos. Era muito tímido e não queria estar na frente, e isso mudou. Eu estava feliz pelo pulo de alguns anos entre a produção de Princípe Caspian e esse filme porque me permitiu fazer outras coisas e ganhar mais confiança, o que eu pude trazer para o papel.

Você ainda ama atuar?
Ben Barnes: Claro, absolutamente, eu amo isso. Quanto mais diretores eu trabalho mais eu vejo que quero me envolver com esse lado de filmar mais para frente, mas atuar é certamente um desafio para mim agora. Eu quero melhorar. Eu amo fazer isso mas odeio me assistir, então eu quero chegar no ponto onde eu esteja mais confortável com o que estou fazendo.

Segue nosso agradecimento a jornalista Marcela Guarany Bonazzi, pela ajuda na tradução.

Author: Léo Francisco

Você nunca teve um amigo assim! Jornalista cultural, cinéfilo, assessor de imprensa, podcaster e fã de filmes da Disney e desenhos animados. Escrevo sobre cinema e Disney há mais de 18 anos e comecei a trabalhar com assessoria de imprensa em 2010. Além de fundador do Cadê o Léo?!, lançado em 13 de julho de 2002, também tenho um podcast chamado Papo Animado e um canal no YouTube.